Um grupo de juízes da 4ª Região Administrativa Judiciária (RAJ) de Campinas e de Barueri doou, até agora, mais de R$ 1 milhão ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para o combate ao Covid-19. A iniciativa das doações surgiu após a edição, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Resolução 313/2020. Em seu art. 9.º, a Resolução autoriza e orienta os tribunais a destinarem recursos provenientes do cumprimento de pena de prestação pecuniária, transação penal e suspensão condicional do processo nas ações criminais para a aquisição de materiais e equipamentos médicos a serem utilizados pelos profissionais da saúde no combate da pandemia Covid-19.
“A Resolução do CNJ foi expedida no dia 19 de março e, logo no dia 23, foi criado um grupo em um aplicativo onde foram incluídos juízes da Região. Eles, de imediato, aderiram à ideia. Em momento algum os colegas titubearam”, explicou Luciana Netto Rigoni, juíza do Departamento Estadual de Execuções Criminais (Deecrim) da RAJ de Campinas, que tomou a iniciativa de convidar os colegas juízes para participarem do grupo e doarem para o HC da Unicamp.
Antes, porém, Luciana manteve contato com Carlos Caes, médico que atua no Hospital de Clínicas (HC) sobre o interesse da Unicamp em receber esses recursos. Carlos Caes colocou a juíza em contato com superintendente do HC Antônio Gonçalves de Oliveira Filho e com o diretor associado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Cláudio Saddy Rodrigues Coy. Ambos manifestaram interesse no recebimento das doações, já que o hospital estava precisando de recursos para a compra de equipamentos básicos, como luvas e máscaras.
Enquanto isso, relata Luciana, o juiz corregedor Ricardo Mair Anafe, compreendendo a situação de hospitais como o HC da Unicamp, trabalhou para permitir que os juízes do Estado de São Paulo pudessem retirar os valores existentes em contas judiciais e destinarem os recursos não apenas à Secretaria Estadual e às Secretarias Municipais de Saúde, mas também às autarquias municipais ou estaduais ligadas à saúde e dedicadas ao combate da Covid -19.
“A diretriz do CNJ e a regulamentação do Tribunal deram fundamento jurídico ao anseio dos juízes de colaborar com o enfrentamento da doença”, revelou Luciana.
Os valores repassados ao HC pelo grupo de juízes provêm das prestações pecuniárias, das transações penais e de condição judicial imposta em suspensões condicionais do processo nas ações criminais, da aplicação de medidas despenalizadoras, não privativas de liberdade. São demandados em ações penais que pagam certos valores como forma de quitar suas dívidas com a sociedade.
Luciana esclarece também que as doações não foram exclusivamente à Unicamp. Os juízes estão realizando repasse dessas verbas, em grande parte, às Secretarias Municipais de Saúde, privilegiando os hospitais da cidade onde os delitos foram praticados. A última informação oficial aponta que o Poder Judiciário Paulista já repassou quase R$ 7 milhões às Secretarias Municipais de Saúde.
“Trata-se de um valor expressivo, que antes destinávamos a projetos sociais, mas que agora deve ser empregado na saúde, como forma de preservar vidas”, disse Luciana.
De acordo com Luciana, esses repasses demonstram que o trabalho de um magistrado não se restringe a dirimir controvérsias dentro de um processo. O juiz tem papel ativo na sociedade, é sensível aos fatos da vida e deve se portar de forma a amenizar a dor do outro. Juízes do país inteiro compreenderam a urgência de destinar essas verbas ao combate do Covid-19. Para Luciana, os juízes tem a certeza de que a entrega desses valores, às Secretarias de Saúde e a hospitais como HC, passa uma mensagem firme e clara a todos: tudo será feito para preservar vidas e os profissionais da saúde não estão sozinhos.
“O grupo que destinou as verbas à Unicamp entendeu que seria extremamente relevante o auxílio em razão do HC atender a população de uma região muito grande e prestar um serviço de excelência, sendo a referência para tratamentos de alta complexidade. Com essa iniciativa, esperamos sensibilizar outros setores da sociedade civil a contribuírem no enfrentamento da doença, o que já estamos vendo acontecer. O momento é de união. Médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e todos os demais profissionais da saúde têm todo nosso reconhecimento e gratidão”, disse.
O reitor da Unicamp também encaminhou um oficio ao Presidente do TJSP, o qual foi repassado aos emails institucionais dos juízes. Repasses de juízes de outras regiões, como de Itapevi, estão sendo depositados na conta aberta pela reitoria para área da saúde.
“Os juízes de São Paulo, desde o início dessa pandemia, estão a postos, tanto no desempenho da atividade jurisdicional, sendo bom ressaltar que não houve interrupção nenhum dia sequer de trabalho, como também para auxiliar a sociedade no enfrentamento à Covid-19”, ressaltou Luciana.
Relação de juízes da 4ª RAJ e de Barueri que doaram ao HC
| Ana Paula Schliffer Livreri | Juizado Especial Cível e Criminal de Bragança Paulista |
| Bianca Vasconcelos Coatti | 1ª Vara Judicial de Valinhos |
| Carlos Scala de Almeida | Vara de Infância, Juventude e Juro de Bragança Paulista |
| Carolina Cheque de Freitas | 2ª Vara Criminal de Atibaia |
| Cyntia Menezes de Paula Straforini | 1ª Vara Criminal de Barueri |
| Erika Christina de Lacerda Brandão Raskin | 1ª VEC Campinas |
| Evaristo Souza da Silva | 3ª Vara Judicial de Vinhedo |
| Fernanda Oliveira Silva | Vara Criminal de Leme |
| José Augusto Reis de Toledo Leite | Juizado Especial Cível e Criminal de Atibaia |
| Juan Paulo Haye Biazevic | Juizado Especial Civel e Criminal de Vinhedo |
| Juliana Ibrahim Guirao Kapor | Juizado Especial Cível e Criminal de Hortolândia |
| Luciana Netto Rigoni | DEECRIM 4.ª RAJ |
| Rafael Imbrunito Flores | 2ª Vara Judicial de Monte-Mor |
| Sérgio Araújo Gomes | Juizado Especial Criminal de Campinas |
| Telma Berkelmans dos Santos | Juizado Especial Cível e Criminal de Barueri |
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Texto: Edimilson Montalti
Assessoria de imprensa da FCM Unicamp
Fotos: Divulgação TJSP
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A história do HC está intimamente ligada à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, autorizada a funcionar em 1963 e a 5ª faculdade pública do Estado. Provisoriamente, permaneceu instalada nas dependências da Maternidade de Campinas até 1966, quando o primeiro diretor da FCM, o oftalmologista Antônio Augusto de Almeida, acertou a transferência das especialidades médicas para o prédio da Santa Casa de Misericórdia de Campinas.
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O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp foi contemplado com uma doação de 5 tambores de 250 litros de álcool líquido 70% feita pela Companhia de Gás de São Paulo (Comgás). O produto é fundamental para garantir a assepsia e a segurança dos profissionais de saúde e das pessoas internadas com a Covid-19.
A doação integra uma série de ações solidárias da empresa, que em parceria com a Raízen, do grupo Cosan, do qual a Comgás faz parte, também destinou 5 mil frascos de 500ml de álcool aos hospitais de campanha do Pacaembu e do Anhembi e Hospital Municipal de Parelheiros, na capital Paulista.
Também foram distribuídos mais de 10 mil litros de álcool líquido 70% em tonéis para 14 hospitais da Prefeitura Municipal de São Paulo, 13 hospitais na Baixada Santista, Vale do Paraíba, Grande ABC e interior de São Paulo.
Além de álcool, a Comgás doou 10 respiradores para hospitais da rede estadual de São Paulo, equipamentos fundamentais para o tratamento de casos graves do coronavírus. As doações foram feitas por meio da organização Comunitas, uma entidade sem fins lucrativos que promove a troca de experiências e melhores práticas entre a administração pública e o setor privado.
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Texto:
Camila Delmondes - Assessoria de imprensa da FCM Unicamp
Fabiana Groppo - Alfapress Comunicação
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“Foram anos marcantes de graduação e residência médica, dedicados às aulas, ambulatórios e plantões. Passam os anos, mas as memórias e o carinho pelo HC permanecem”, disse o neurocirugião do Hospital Sírio Libanês, Marcos Maldaun, sobre o sentimentos que impulsionaram os alunos da 30ª Turma de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp a destinarem o montante de 31 mil reais ao hospital.
“O mínimo que podíamos fazer nesses terríveis dias de pandemia é reconhecer todo acolhimento que tivemos no HC, como alunos, residentes e médicos, e ajudar da melhor forma possível. Queremos que os pacientes e os nossos colegas de profissão tenham esperança , segurança e saúde”, disse Maldaun.
A maneira encontrada para ajudar o HC Unicamp veio por engajamento nas redes sociais, com o lançamento da campanha #trigesimadoatrinta. “Nossa campanha surgiu com a proposta de comprar EPIs para os profissionais que atuam na linha de frente de enfrentamento da Covid-19. Compartilhamos a iniciativa em nosso grupo de amigos da turma, no WhatsApp. A informação ganhou corpo, sendo muito bem aceita, e logo foi possível atingir a nossa meta”, afirmou.
Maldaun acredita que a doação realizada pela 30ª Turma de Medicina pode servir de estímulo para que, a cada dia, mais turmas da FCM realizem iniciativas nesse sentido. “Essa é uma forma de demonstrar o nosso carinho com o HC, bem como de sensibilizar a comunidade médica e seus familiares diante do momento que vivemos”.
Depoimentos Alunos Turma XXX
"Quando aos 23 anos recebia meu diploma de médica pela Unicamp não poderia jamais imaginar que exatos 23 anos depois, estaríamos vivendo uma catástrofe de dimensões mundiais.
A palavra “catástrofe” tem a sua origem no grego “KATASTROPHE”, que formada pelo prefixo KATA- (‘para baixo’), mais o radical -STROPHEIN (‘virar’), significa ‘reviravolta em expectativas, fim súbito’.
Exatamente como na palavra catástrofe tudo o que conhecíamos antes da pandemia, o que sentíamos, o que pensávamos e, sobretudo, como agíamos deverá mudar. E mesmo diante de tanta tragédia e tantas perdas estas mudanças podem e devem nos trazer paradoxalmente mais próximos da nossa própria humanidade e de valores que há muito tempo havíamos menosprezado." Continue lendo.
Daphne Rocha Marussi
Psiquiatra
Clinica de Saúde Mental da Mulher
Président de la Filiale du Québec et de L'Est du Canada de l'American Society Association
Professeure Agrégée d'Enseignement Clinique à l'Université de Sherbrooke
"Sou extremamente grato ao HC Unicamp. Por ele posso dizer que as raízes de minha formação são sólidas e profundas. Lá, pude entender que é possível criar uma cultura de excelência, se quisermos. Tanto formando gradualmente a própria equipe, moldando jovens profissionais, quanto agregando profissionais de fora, com aquisição de estrelas externas. Também pude construir minha própria visão crítica da sociedade, da ciência, das desigualdades. O espírito humanitário sempre fez parte desta formação.
Com suas dificuldades típicas e restrições orçamentárias, nunca deixou de ser referência nacional e internacional. Por isso, considero que o HC Unicamp deu asas, para que cada estudante de medicina que passou por lá pudesse voar, desbravar o mundo com consciência, com preocupação com o ser humano e a sociedade.
Neste momento de reflexão e turbulências, a sua valorização é fundamental. E sou grato de poder relembrar os bons momentos, e de alguma forma poder ajudar no seu fortalecimento".
André Sasse
Oncologista
Grupo Sonhe
"Apenas um pequeno gesto de gratidao por todos anos que o HC representou na minha formação e representa ate hoje ! Que possa ajudar a todos que um dia me ajudaram a poder hoje retribuir. Obrigado HC"
Mauricio A Lehoczki
Ortopedista
AACD
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Texto: Camila Delmondes
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A empresa 3M realizou nesta segunda-feira (13) a doação de cinco mil máscaras do tipo PFF2, equivalentes à N95, um dos principais equipamentos de proteção individual (EPIs) utilizados pelos profissionais da saúde no combate ao coronavírus. Elas serão destinadas às equipes que atuam no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.
"Além de ter um hospital que é referência no combate ao coronavírus, a Unicamp é nossa parceira de longa data, é uma instituição de renome, e a 3M tem essa parceria justamente por trabalhar com pesquisa e desenvolvimento. Muitos ex-alunos da Uncamp são nossos profissionais e desenvolvemos muitos projetos em conjunto", compartilha Paulo Gandolfi, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa.
A doação feita à Unicamp integra uma série de ações realizadas pela empresa para o combate ao coronavírus. Até o momento, foram realizadas doações de máscaras a cerca de 20 hospitais de todo o país, principalmente a instituições localizadas nas regiões onde a 3M mantém suas unidades. "Temos replicado isso para outras instituições, hospitais e santas casas. A 3M tem como política ser contribuidora com a sociedade em que está inserida", comenta Paulo Gandolfi.
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Identificar no depósito: GR/voluntariadoUNICAMP
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A pandemia do coronavírus e a necessidade de atendimento rápido a pacientes diagnosticados com a Covid-19 provocou uma corrida de hospitais e sistemas de saúde de todo o mundo por ventiladores pulmonares. Os equipamentos são utilizados quando o organismo dos pacientes não consegue promover uma respiração que supra a quantidade necessária de oxigênio. Nesses casos, as máquinas fazem o trabalho que o corpo, dentro de um quadro provocado pela doença, não consegue realizar sozinho.
"A ventilação mecânica não é um assunto de sete cabeças, mas é relativamente complexa, porque envolve várias particularidades", afirma Thiago Martins, médico chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Ele explica que os equipamentos podem operar controlando o volume de ar que é liberado nos pulmões ou a pressão com que ele entra. Além disso, é possível identificar se o organismo do paciente também tem condições de participar da respiração. A forma com que os pulmões reagem aos ventiladores fornece aos médicos dados que indicam o comportamento de doenças, além de sinais de recuperação. O uso inadequado pode trazer problemas como o baixo nível de oxigênio no sangue ou até os barotraumas, lesões causadas pela alteração de pressão nos pulmões.
O trabalho de acompanhar todas essas variáveis torna-se mais complicado em um cenário que exige o atendimento de um grande número de pacientes, muitas vezes executado por médicos realocados ou voluntários, que não realizavam esses procedimentos em sua rotina diária. Pensando em facilitar essas ações e também contribuir com indústrias que adaptaram suas linhas de produção para fabricar ventiladores pulmonares, pesquisadores da Unicamp desenvolveram uma modelagem matemática capaz de simular a forma com que o ar liberado por ventiladores pode se comportar nos pulmões dos pacientes. Isso seria possível por meio dos recursos da fluidodinâmica computacional, que traduz para a forma digital o comportamento de gases e líquidos. O projeto faz parte de uma série de iniciativas divulgadas na plataforma da Força-Tarefa Unicamp contra a Covid-19.
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Moradores de um condomínio em Campinas transformaram o tempo livre em casa, por conta da quarentena necessária para conter o avanço do coronavírus, em uma ação que vai beneficiar os profissionais de saúde do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e também do Hospital Municipal Mário Gatti. Eles produziram mil protetores faciais, do tipo face shield, e doaram os equipamentos às duas instituições. O HC da Unicamp vai receber 400 unidades, o Hospital Mário Gatti receberá 450. Os outros 100 protetores restantes serão vendidos a médicos e demais profissionais de saúde para que eles consigam recursos para produzirem mais equipamentos para o HC e outros hospitais.
Rita de Cássia Alves, servidora pública e uma das moradoras envolvidas na ação, conta que a iniciativa partiu da vizinha Tatiana Anami. Segundo ela, Tatiana assistiu a um vídeo pela internet ensinando a fazer os protetores com materiais simples e pensou em fazer também para beneficiar os hospitais da cidade. Assim, adquiriu folhas de acrílico e tiaras de cabelo e divulgou entre os moradores do condomínio a ação, convidando-os a participar. Até o fim do dia, nove moradores já estavam empenhados na confecção dos materiais.
"A iniciativa partiu dela, mas também foi de todos nós o sentimento de ajudar. Eu mesma estava pensando no que eu poderia fazer para ajudar minha cidade sem precisar sair de casa. Foi quando a Tatiana mandou a mensagem perguntando quem gostaria de ajudar", conta Rita.
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